Crónicas do Mestre Kenji Tokitsu | Reflexões sobre o Ritsu Zen, ou Zhan zhuang

O ritsu-zen ou zhan-zhuang constitui uma peça fundamental na prática do meu método, uma vez que, todas as técnicas, incluindo a força e a velocidade, são formadas e reforçadas através da sua prática.
Apresento-vos a minha visão e o meu conceito pessoal sobre a prática deste exercício.
O ritsu-zen corresponde ao zhan-zhuang das artes marciais chinesas. O zhan-zhuang pode-se traduzir por «ficar em pé como uma estaca». Na minha prática prefiro empregar o termo ritsu-zen que significa «zen em pé». Se o zhan-zhuang se define pela postura do corpo, o zen define-se pelo estado de espírito.
De facto, o primeiro objectivo do exercício de ritsu-zen, ou do zhan-zhuang, é a procura da força marcial através da actividade do yi: a intenção, a vontade ou o pensamento — em suma, o estado de espírito. Sem a actividade do yi, este exercício será «vazio». É por isso que julgo que o termo ritsu-zen se adequa melhor à nossa prática e, é por essa razão, que o utilizo com mais frequência que zhan-zhuang.
Há cerca de 30 anos aprendi o método do ritsu-zen de uma forma muito rudimentar. Digo «rudimentar» porque não incluía a actividade do yi. Tratava-se sobretudo de um exercício passivo que consistia em assumir uma postura que fazia tremer os músculos das pernas ao fim de cinco a dez minutos de prática. Este exercício permite cultivar uma certa sensibilidade nos membros superiores do corpo, ao mesmo tempo que reforça a parte inferior. Procura-se perceber as alterações da sensação do corpo consoante a posição assumida. Sublinho que é um exercício benéfico para cultivar a sensibilidade do corpo e reforçar a sua parte inferior, mas, quando o aprendi, a actividade do yi encontrava-se ausente.
Em 1989, tive a oportunidade de aprender o primeiro nível do método do yi chuan. A partir daí a prática desse método constituiu o eixo principal do meu treino pessoal. No entanto, no decurso da investigação sobre esse método, pude constatar que certas correntes ou grupos se criticavam mutuamente, de uma forma estéril, apesar de pertencerem à mesma esfera do yi-chuan. Considero esta situação lamentável já que eu próprio tive conhecimento do mesmo género de conflitos em certos meios do Karaté.
Procuro ficar à parte deste tipo de conflitos estéreis. Mesmo que resultem de um certo dinamismo humano, não desejo perder tempo com esse género de problemas irrisórios. É por esta razão que não utilizo o termo yi-chuan na prática do meu método. Respeito, pratico e ensino os elementos essenciais do yi-chuan, para que cada um o pratique para se formar a si próprio — é esse o sentido do jisei-dô. Considero que esta atitude permite manter o respeito pelo yi-chuan.
Depois dos anos 1990, comecei a ler e a estudar os textos escritos por Wang Xhiangzai, os quais tenho vindo a traduzir para francês. Penso vir a ter a oportunidade de apresentar a tradução dos mesmos num futuro próximo.
Termino este parágrafo citando as palavras de Wang Xhiangzai:
«Numa arte marcial, as distinções entre as escolas não são justificadas.
O que é preciso discernir é a precisão/adequação do método…»
Apresento-vos a minha visão e o meu conceito pessoal sobre a prática deste exercício.
O ritsu-zen corresponde ao zhan-zhuang das artes marciais chinesas. O zhan-zhuang pode-se traduzir por «ficar em pé como uma estaca». Na minha prática prefiro empregar o termo ritsu-zen que significa «zen em pé». Se o zhan-zhuang se define pela postura do corpo, o zen define-se pelo estado de espírito.
De facto, o primeiro objectivo do exercício de ritsu-zen, ou do zhan-zhuang, é a procura da força marcial através da actividade do yi: a intenção, a vontade ou o pensamento — em suma, o estado de espírito. Sem a actividade do yi, este exercício será «vazio». É por isso que julgo que o termo ritsu-zen se adequa melhor à nossa prática e, é por essa razão, que o utilizo com mais frequência que zhan-zhuang.
Há cerca de 30 anos aprendi o método do ritsu-zen de uma forma muito rudimentar. Digo «rudimentar» porque não incluía a actividade do yi. Tratava-se sobretudo de um exercício passivo que consistia em assumir uma postura que fazia tremer os músculos das pernas ao fim de cinco a dez minutos de prática. Este exercício permite cultivar uma certa sensibilidade nos membros superiores do corpo, ao mesmo tempo que reforça a parte inferior. Procura-se perceber as alterações da sensação do corpo consoante a posição assumida. Sublinho que é um exercício benéfico para cultivar a sensibilidade do corpo e reforçar a sua parte inferior, mas, quando o aprendi, a actividade do yi encontrava-se ausente.
Em 1989, tive a oportunidade de aprender o primeiro nível do método do yi chuan. A partir daí a prática desse método constituiu o eixo principal do meu treino pessoal. No entanto, no decurso da investigação sobre esse método, pude constatar que certas correntes ou grupos se criticavam mutuamente, de uma forma estéril, apesar de pertencerem à mesma esfera do yi-chuan. Considero esta situação lamentável já que eu próprio tive conhecimento do mesmo género de conflitos em certos meios do Karaté.
Procuro ficar à parte deste tipo de conflitos estéreis. Mesmo que resultem de um certo dinamismo humano, não desejo perder tempo com esse género de problemas irrisórios. É por esta razão que não utilizo o termo yi-chuan na prática do meu método. Respeito, pratico e ensino os elementos essenciais do yi-chuan, para que cada um o pratique para se formar a si próprio — é esse o sentido do jisei-dô. Considero que esta atitude permite manter o respeito pelo yi-chuan.
Depois dos anos 1990, comecei a ler e a estudar os textos escritos por Wang Xhiangzai, os quais tenho vindo a traduzir para francês. Penso vir a ter a oportunidade de apresentar a tradução dos mesmos num futuro próximo.
Termino este parágrafo citando as palavras de Wang Xhiangzai:
«Numa arte marcial, as distinções entre as escolas não são justificadas.
O que é preciso discernir é a precisão/adequação do método…»