Comunicar | Testemunhos
Por: Rui Coelho, 39 anos, Juiz de Direito
AS VIRTUDES DO MÉTODO
Algures pelos onze anos de idade queria ir para o judo, mas os meus pais acharam que era melhor fazer ginástica, já que ficava mais perto de casa. Detestei a escolha e sempre lamentei não ter praticado aquela arte marcial.
Em Maio de 2009, no Holmes Place da 5 de Outubro, vi anunciada a modalidade “kenjutsu”. Ao espreitar para uma aula e ver que a idade dos praticantes não contrastava com os meus 37 anos de então, não hesitei.
O Mestre Inácio Dias acolheu o meu entusiasmo e de imediato desafiou-me para as aulas de tai-chi que tinham, e têm, o assustador horário das 07h15m (da manhã, claro). Não querendo desiludir fui experimentar, com algum cepticismo, e bastou a primeira aula para desmistificar todas as ideias pré-concebidas, e largamente erradas, que tinha da modalidade.
Convém partilhar outra coisa: tendo eu alguns problemas de coluna (hérnia discal, cifose, lordose...) tinha chegado a um ponto em que, com frequência, sentia dores, desconforto, limitações funcionais, sintomas que o exercício que fazia no ginásio ou na piscina, ainda que moderado, não lograva minorar. Ora, cedo me apercebi que o tai-chi era aquilo de que precisava.
Estou a caminho dos dois anos de prática do método jisei. Pratico tai-chi, kenjutsu e budô. Tenho hoje uma disponibilidade, mobilidade, força que estava longe de pensar que conseguiria ter. As dores nas costas são cada vez mais uma memória. Quem me conhece há anos repara e comenta que estou mais direito, que me mexo de forma mais ligeira.
Devo-o ao método e ao trabalho seguido nestas aulas.
Quando por alguma razão falto a várias aulas seguidas, de imediato o meu corpo avisa que preciso mimá-lo com algum trabalho de qualidade. Felizmente, qualquer espaço, mesmo em casa, permite que nalguns minutos consiga realizar exercícios básicos do método, afinando a máquina e dando-lhe a energia necessária para, com eficácia, enfrentar as exigências do dia-a-dia.
Termino dizendo que é com muita alegria e satisfação que, de vez em quando, tenho o prazer de pôr em prática os ensinamentos constantes do Mestre Inácio Dias perante o Mestre Kenji Tokitsu, bebendo na fonte os frutos do meticuloso trabalho que vem desenvolvendo há uma vida.
Rui Coelho, 2011.